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Como funciona a terapia?



terapia

Por Aline Sampaio


Fazer terapia é criar um espaço para que cada pessoa possa se encontrar. É um momento único, totalmente seu. Não há segredo de como funciona uma sessão de terapia. Ela é uma escolha sua. Você será seu guia. Nela, é possível falar o que deseja, ficar calado, chorar, rir, questionar... o importante é que se possa ser quem é. Mas vale salientar que há particularidades em cada abordagem da psicologia, e com a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) não é diferente.


Para começar, a ideia da terapia da ACP é que seja um momento muito especial. Nessa abordagem, há um estilo de relacionamento diferenciado entre psicólogo e cliente. O terapeuta procura ser o mais empático possível com quem decidiu fazer terapia.


O caminho na terapia da Abordagem Centrada na Pessoa é direcionado para que o cliente possa ser mais congruente em ação. Aliás, na sessão de terapia da ACP, suas verdades são colocadas em foco. Não existe certo ou errado, apenas suas escolhas.


Vale ressaltar que, na ACP, o cliente é aceito de forma positiva, podendo se ver como único, nunca será visto de forma errática ou problemática. Além do mais, nessa abordagem, há como foco o que melhor se deseja para si. Afinal, todo ser humano pode ser o que melhor deseja ser.


Nessa tipo de terapia, o cliente é valorizado por meio de aceitação, acolhimento e sua autenticidade. Nunca deve haver julgamento no que fizer ou no que escolher.


É bom lembrar que a terapia não está somente na conversa/relacionamento entre psicólogo e cliente, mas principalmente no que se faz após a sessão. É importante dizer que o ato de empoderar-se é um caminho de autoconhecimento, que se faz a cada passo, sem a necessidade de pressa. Cada pessoa tem seu tempo, e a terapia é uma grande aliada nesse direcionamento.


É essencial citar que, na Abordagem Centrada na Pessoa, nunca se encontrarão respostas prontas ou esquemas preparados. A ideia é que cada um crie suas explicações, o psicólogo terá uma relação facilitadora com o cliente, para que este encontre sua autonomia. Inclusive, a palavra “cliente” na terapia quer dizer: você não é passivo na relação de sua vida, mas ativo para tomar suas decisões.


A terapia focada na Abordagem Centrada na Pessoa tem o intuito de que o cliente seja ouvido e se ouça para encontrar o que é melhor para si e liberar o que não é congruente para se sentir satisfeito.


Em artigo de Miranda e Freire (2012), há também uma informação importante sobre a terapia focada na ACP: Rogers (1942/1979) tinha a necessidade de diferenciar a relação terapêutica dos outros tipos de relações pessoais. O fundador da ACP elencou seus quatro aspectos fundamentais para melhorar a relação terapêutica.


Segundo o conteúdo, o primeiro aspecto é a presença significativa e calorosa do terapeuta, o que faria evoluir o nível afetivo da relação. Porém, o psicólogo é um conselheiro com limites. Ele traduz: “trata-se de uma relação nitidamente controlada, uma ligação afetiva com limites definidos”.


O texto de Miranda e Freire (2012) ainda explica que o segundo aspecto seria a permissividade para a expressão do cliente que passa a "reconhecer que todos os sentimentos e atitudes se podem exprimir". O precursor da ACP comenta que isso diferenciaria fundamentalmente esse tipo de relação das demais.


Já o terceiro aspecto citado tem como intuito o estabelecimento dos limites da relação entre terapeuta-cliente, como o horário e a duração definidos da sessão.


E o último aspecto referido é a ausência de formas de pressão ou coerção, pois "o conselheiro competente abstém-se de introduzir nas situações terapêuticas os seus próprios desejos, reações e inclinações".


Para finalizar, há uma frase perfeita sobre o assunto, que é: “O ser humano é digno de confiança e possui a capacidade, latente ou manifesta, de compreender-se a si mesmo e de resolver seus problemas de modo suficiente para alcançar a satisfação e eficácia necessárias ao funcionamento adequado, tornando-se mais complexo e autônomo.” (ROGERS, 1942, 1951, 1961, 1977).


Referências Bibliográficas


MIRANDA, Carmen Silvia Nunes de; FREIRE, José Célio. A comunicação terapêutica na abordagem centrada na pessoa. Arq. bras. psicol. vol.64 no.1 Rio de Janeiro abr. 2012. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672012000100007


Rogers, C. R. (1975). Terapia centrada no paciente. (1a ed., M. Ferreira, Trad.). São Paulo: Martins Fontes. (Originalmente publicado em 1951)


Rogers, C. R. (1979). Psicoterapia e consulta psicológica. (2a ed., M. Ferreira, Trad.). São Paulo: Martins Fontes. (Originalmente publicado em 1942)


Rogers, C. R. (1983). Um jeito de ser. (M. Kupfer, H. Lebrão, Y. Patto , Trad.) São Paulo: EPU.


Rogers, C. R. (1997). Tornar-se pessoa. (5a ed., M. Ferreira, A. Lampareli, Trad.).São Paulo: Martins Fontes. (Originalmente publicado em 1961)


Rogers, C. R., & Kinget, G.M. (1977). Psicoterapia e Relações Humanas. Vol.1. (M. Bizzoto, Trad.) Belo Horizonte: Interlivros.


Rogers, C.R., & Rosenberg, R. L. (1977). A pessoa como centro. São Paulo: EPU, Ed. da Universidade de São Paulo.


Aline Sampaio

Psicóloga direcionada a Abordagem Centrada Pessoa e Jornalista apaixonada pela informação.


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