Por Aline Sampaio
Ter amigos é a melhor coisa do mundo! Mas será que podemos conversar tudo com os amigos? Será que temos coragem de nos abrir totalmente? É claro que devemos confiar nas pessoas, mas precisamos entender que ficamos suscetíveis a julgamentos e até respostas que podem prejudicar o momento que vivemos. Já isso não acontece com um psicólogo, e é aí que começa a diferença entre um psicólogo e um amigo.
O ambiente de “conversa” entre um psicólogo e seu cliente é sempre neutro e sem julgamentos. Bastante diferente do que acontece com um amigo, que, várias vezes, não está preparado para lidar com algumas questões. Inclusive, na Abordagem Centrada na Pessoa, a troca é mais empática e muito positiva pensando nas verdades do cliente.
Aliás, existem questões mais profundas sociológicas que permeiam a amizade. O sociólogo Graham Allan explica que há engrenagens diferentes na amizade e na manutenção dela. Para começar, há três características chaves: interesses compartilhados, igualdade e reciprocidade.
O jornalista Thomás Augusto explica em um artigo sobre saúde que, para a amizade ter continuidade, é preciso que as pessoas compartilhem uma perspectiva comum, em diferentes aspectos da vida, seja no status social, seja no econômico, além de serem capazes de dar e receber apoio mútuo. Na terapia, isso é diferente. A troca independente de fatores sociais ou econômicos, depende apenas do vínculo entre cliente e psicólogo.
Outro ponto comum é que o psicólogo não lhe dará conselhos. Ele não se baseará em suas experiências para lhe instruir, você será o centro da sessão de terapia e, nela, encontrará resoluções de suas dificuldades por meio das suas competências. Não existirá um certo ou um errado, nem nenhuma regra na terapia de Abordagem Centrada na Pessoa. O encontro com você mesmo dependerá das suas escolhas, e não de outras interferências.
Além do mais, é bem comum que as pessoas façam atividades para agradarem outros indivíduos. Acredite, certos conselhos vão contra ao que o sujeito realmente deseja, e o estrago acaba sendo muito grande para o que ele realmente estima. O psicólogo ajudará cada pessoa a refletir sobre suas escolhas e o que realmente ela quer para sua vida.
É importante dizer que o psicólogo também tem uma bagagem de estudo para lidar com emoções, comportamentos e tantas outros fatores quando o assunto é ser humano. Ele não vê um problema, mas o contexto de uma situação para lhe ajudar.
O psicólogo será o profissional que lhe ajudará a lidar com suas dificuldades, a encontrar o autoconhecimento e a fazer que você encontre, por meio de suas experiências, o que é melhor para sua vida.
Vale ressaltar que psicólogo não é amigo! Afinal, o processo de amizade pode contaminar a escuta terapêutica, trazendo julgamentos e até prejudicando o vínculo do cliente. Inclusive, é o cliente que traz uma dificuldade ao psicólogo, e nunca ao contrário.
Relações de amizade são maravilhosas, essenciais para as nossas vidas e nos ajudam a nos desenvolver, crescer e transformar.
Confira algumas fotinhos com as diferenças entre amigo e psicólogo!
Gostou das dicas? Quer se autoconhecer? Conte comigo!
Aline Sampaio
Psicóloga direcionada a Abordagem Centrada Pessoa e Jornalista apaixonada pela informação.
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