Sabemos que não é fácil perder alguém que a gente ama. Portanto, sabemos que o processo de luto não é fácil. Há quem fale sobre o ciclo do luto, mas vale ressaltar que esse não acontece para todas as pessoas.
O ciclo do luto foi criado por Elisabeth Kübler-Ross, psiquiatra suíço-americana, ela indicou que o luto tem algumas etapas. Encontrei essa arte bem bacana, feita por um blog de Portugal:
Ela realmente representa a ideia de Elisabeth. Muita gente vive esse processo de forma bem linear, mas, com o passar do tempo, foi descoberto que não são todas as pessoas que vivem isso. Além de etapas mudarem, pode ser que algumas pessoas não vivam todas as fases e até mesmo nenhuma delas.
O que foi descoberto com o passar dos anos é que o luto é algo muito particular. E o que muita gente não sabe é que isso não precisa ser problema. Também é verdade que a medicina diagnostica o luto como patológico quando ele causa problemas ao enlutado por mais de um ou dois anos. Ainda assim, ele precisa ser respeitado.
Vale ressaltar que o luto patológico pode trazer muitos problemas para sua vida, pois a pessoa pode ter problemas como ansiedade, depressão e até sintomas físicos, fazendo, muitas vezes, a pessoa paralisar a própria vida.
Mas vale evidenciar:
“A Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) não olha o luto como uma doença, pelo contrário, entende ser o luto uma situação normal, ou seja, um sentimento válido e que está relacionado ao vazio que é sentido devido à perda. Ainda, considera necessária uma ressignificação de seu mundo, a fim de poder lidar bem com esta perda, independentemente do tempo” (CLEM e HOCH apud SANTIAGO, 2017).
É importante lembrar que a pessoa no processo de luto precisa ser acolhida, respeitada e, principalmente, se sentir em um ambiente no qual ela possa vivenciar seus sentimentos sem ser julgada. O processo da terapia no luto é esse lugar.
Na terapia, o enlutado poderá falar o que sente, criar rituais caso seja necessário, perceber como suas dores têm prejudicado seu dia a dia, criar meios de ressignificar a morte dessa pessoa de que tanto se gosta.
Ainda existem muitos mitos sobre luto, morte e tantos outros temas. É verdade que entender a importância do eu e, principalmente, qual é o significado da pessoa para sua vida. Há quem sinta culpa, há quem tenha medo, há diversos sentimentos que não podem ser desmerecidos, mas precisam ser considerados.
Referências
CLEM, Luciana; HOCH, Verena Augustin. Luto e Perda: A Abordagem Centrada na Pessoa como uma Possibilidade de Ressignificação. Universidade do Oeste de Santa Catarina, 2016. Disponível: https://periodicos.unoesc.edu.br/apeusmo/article/view/29781
SANTIAGO, Mauro Borges. Abordagem Centrada na Pessoa Ante o Luto. 2017. TCC (Graduação) -Curso de Psicologia, Universidade Federal Fluminense, Volta Redonda, 2017.Disponível em: https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/6230/2/TCC%20-%20MAURO%20Borges..pdf
Aline Sampaio
Psicóloga direcionada a Abordagem Centrada Pessoa e Jornalista apaixonada pela informação.
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