Por Aline Sampaio
Um dos passos essenciais para um bom relacionamento é a conversa. É no diálogo que fazemos trocas essenciais para entendermos uns aos outros. Aliás, essa é a única forma real de sabermos o que o outro está pensando! Afinal, não podemos entrar na cabeça do outro e entender o que ele vivência.
Por isso mesmo, eu faço questão de ter um bom vínculo com todos os meus clientes, e isso começa desde o momento que ele vem me procurar. Alguns clientes já chegam perguntando: “Qual o valor?”. E eu já escrevi aqui e eu lhe pergunto: “Qual o valor da sua saúde mental?”.
Ir ao psicólogo é muito mais que pagar a consultar ao final. E isso não tem a ver com ser caro ou barato, mas saber a importância de cuidar da sua saúde mental e até de respeitar os seus limites. Como eu posso ir a um psicólogo com o qual não me sinto bem ou confio? Essa confiança começa desde o início de como lhe trata o profissional.
Eu sempre pergunto a mim mesma: “Eu atendo produtos ou pessoas?”. E a resposta é: pessoas. Muitas vezes, eu não serei a pessoa que vai ajudar, mas serei o caminho para construir a ajuda.
Diversas vezes, o cliente chega até mim cheio de ansiedades, de ideias e nem eu posso atendê-lo, já que, várias vezes, a forma com que eu trabalho não pode ajudá-lo, e assim eu indico outro profissional e encaminho para que ele possa encontrar aquilo que procura. Às vezes, eu sou apenas um guia e, como eu gosto de viver a minha profissão, eu gosto de ser um instrumento.
Não estou aqui para consertar pessoas, curar, mas para que elas encontrem a congruência consigo mesmas, para que elas encontrem a si e seu verdadeiro eu. É verdade que, muitas vezes, eu não serei a pessoa que a auxiliará nesse caminho, mas, se eu puder deixar minha ajuda, já vale muito.
Eu queria até ser um pouco mais incisiva: saúde mental não é pastel. É algo muito sério que transforma e mexe com a vida da pessoa inteira. Eu humanizo isso desde a primeira conversa, valores e trabalho que faço. Para mim, é essencial para que eu tenha congruência com o meu próprio Jeito de Ser, como já diz o meu querido Carl Rogers.
O meu trabalho é sempre voltado ao ser humano como pessoa, a troca que fazemos. E não é um trabalho engessado. Isso faz parte de mim e da pessoa que sou. Até porque, como eu sempre digo em todas as primeiras sessões: “Também sou humana e já fui em muitas primeiras vezes com psicólogos que não me identifiquei!”. Por que eu iria querer que você faça isso comigo também? Quero que cada pessoa tenha um tempo comigo respeitoso e congruente com o que cada um escolhe. Não quero escolher por você, desejo que você escolha pela forma que você se olha, cuida de você, do seu amor-próprio e saúde mental.
Não escolha saúde mental por valores, mas por empatia com você mesmo.
Por esse motivo, quando chegar: “Vamos conversar?”.
Aline Sampaio
Psicóloga direcionada a Abordagem Centrada Pessoa e Jornalista apaixonada pela informação.
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